Por Augusto Gaspar
A diferença entre as estratégias que realmente funcionam e as que só servem para imprimir e enfeitar as paredes do escritório está em uma palavra: EXECUÇÃO. Para refletir no desempenho da organização, não basta que uma estratégia seja clara e bem-definida, é essencial que haja seu desdobramento e o mais importante: o alinhamento de todos da organização no sentido de executá-la. A gestão dessa execução permeia o conhecido tripé de sustentação organizacional: pessoas, processos e sistemas. 

Quando nos referimos a processos e sistemas, estamos falando de todo o ferramental utilizado na organização para levar adiante as suas ações, e não somente daquele ligado diretamente ao seu produto ou serviço final. Um exemplo: uma organização industrial pode ter sua produtividade fortemente impactada por processos ineficientes de contas a pagar ou importação, mesmo que todo o seu processo produtivo esteja azeitado e com um suporte tecnológico eficiente. Daí a importância da estratégia permear todos os setores da organização, sendo desdobrada em segmentos que sejam relevantes a cada um dos elos da cadeia. Organizações de alto desempenho via de regra têm excelência na operação em todas as suas áreas. 

Nada de novo, isso tudo já vem sendo falado desde os tempos da Qualidade Total, certo? Em parte sim, afinal os princípios da excelência organizacional nasceram da preocupação com a qualidade como um todo, mas as organizações de alto desempenho vão além, e grandes diferenças estão nas ações das pessoas e na forma como gerem a execução. As peças-chave para a boa execução são os processos de gestão de objetivos organizacionais e de gestão de talentos, que envolvem liderança forte e exemplar, comunicação aberta, compartilhamento do conhecimento, desdobramento eficaz das metas, métricas eficientes, aprendizagem organizacional, reconhecimento (mérito), elevados padrões éticos e uma cultura aberta para a mudança e a inovação. 

Esses pontos citados formam uma “lista de desejos” ou de “sonhos” daqueles que querem levar suas organizações para uma situação de alto desempenho. Mas cuidado para não cometer um erro muito comum, que é acreditar que sua empresa não está preparada para isso. Na verdade, diferentes cenários e situações requerem abordagens apropriadas, com as prioridades e medidas certas. 

Um primeiro passo rumo ao alto desempenho é identificar em seus processos de negócio como as ações são tomadas e geridas, isto é, como ocorre a execução, e, a partir daí, verificar como as estratégias estão chegando lá. Em seguida, uma boa olhada no modelo de entrega dos serviços (internos e externos) poderá trazer à luz pontos de melhoria em processos, sistemas e na capacitação das pessoas. Essas constatações iniciais poderão resultar em planos de ação que colocarão a empresa rumo ao alto desempenho, além de abrir as portas para que abordagens mais sofisticadas sejam implantadas com o tempo.

E com uma recomendação final, da mesma forma que tomar um medicamento receitado por um médico é mais eficiente e seguro do que a automedicação, as mudanças organizacionais requeridas para a melhoria da execução e do desempenho organizacional podem se beneficiar muito do apoio de consultorias especializadas. 


(*) Augusto Gaspar é Diretor da unidade de Professional Services da MicroPower e coordenador da coluna “Desenvolvendo Talentos” desta revista. Comentários e contribuições podem ser enviados para augusto.gaspar@micropower.com.br Twitter: augustofgaspar

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