Por Carlos Faccina
Um dos maiores “nós” da vida empresarial é nossa percepção de quanto valemos e o que a empresa pensa que valemos, isso tudo traduzido em remuneração, a combinação de salário e benefícios. Mais do que um nó, é um emaranhado de cordas e barbantes conduzindo contradições.
Pensar quanto valemos depende da nossa autoestima. Se estiver alta, nossa noção de valor vai às alturas. Caso a moral esteja baixa por qualquer motivo – uma bronca do chefe, um dissabor amoroso, a falha de um projeto, ou a falta de dinheiro -, nossa percepção de valor tende a sofrer igualmente levando para baixo nossas expectativas.
De seu lado, a empresa tende a considerar que está sempre valorizando justamente seus colaboradores, o que é estabelecido pela política de remuneração.
Nossa tendência principal, apesar das oscilações da nossa autoestima, é sempre considerar que estamos sendo avaliados abaixo do que realmente valemos, quer em remuneração, quer em oportunidades de carreira.
Onde se encontra a verdade? Quem está certo? Você ou seu chefe?
Pergunta difícil, resposta simples: ninguém esta certo! Vejamos alguns aspectos a serem considerados
DIGNIDADE
O valor das pessoas é dado pelas coisas que fazem e que se materializam em dignidade. Eis a primeira pergunta que você deve se fazer: o que faço na empresa é digno? Se é, tem valor?
VALOR E DESEJO
Só existe valor quando algo é desejado, daí temos a outra pergunta a ser feita: seu trabalho é desejado pela organização, ou é uma atividade rotineira e burocrática? Queiramos ou não, algumas funções na empresas são mais valorizadas do que outras. As que estão próximas de trazer resultados acabam suplantando as que são posicionadas mais como custo do que como investimento (o que na maioria das vezes é um equívoco) e, portanto, descartáveis.
QUALIDADE DA ENTREGA
Você entrega o que pensa que vale? Essa resposta depende da percepção de nossos clientes internos e aí vale uma investigação sincera.
REMUNERAÇÃO CUSTOMIZADA
Não se engane pelos títulos: nomes idênticos tem remunerações diferentes. A remuneração tende a ser cada vez mais diferenciada.
O MERCADO É O REI
Existe uma autoridade única para definir o valor das coisas. O “tal” de mercado é implacável e racional, e tende a ignorar o que pensamos de nós próprios.
VAZIO
Existe um vazio entre líderes e subordinados (líderes aqui considerados os porta-vozes do pensamento da empresa). Esse vazio é expresso no nível de insatisfação manifestado pela equipe de trabalho, que vai desde o mau humor até a reclamação e, em última instância, ao pedido de demissão. A solução dessa questão passa obrigatoriamente pelo processo constante de aproximação entre as partes, reduzindo espaços de discórdias e ampliando o alinhamento das expectativas.