No Congresso Brasil Digital 2025, UNESC e USCS apresentaram como universidades podem acelerar a transformação digital ao mesmo tempo em que ampliam impacto social, qualidade acadêmica e conexão com o desenvolvimento regional.
A UNESC (universidade comunitária do sul de Santa Catarina, sem fins lucrativos) destacou a adoção do MetaAnatomia, uma solução educacional baseada em realidade mista com o HoloLens 2. O objetivo é modernizar o ensino de anatomia, enfrentando limitações conhecidas do método tradicional com peças anatômicas, como custos, logística e questões éticas, além de restrições de acesso. Com modelos tridimensionais do corpo humano (masculino e feminino), o sistema permite explorar múltiplos sistemas corporais, aplicar transparência por camadas, rotacionar em 360° e identificar estruturas de forma interativa. Um diferencial pedagógico é o acompanhamento em tempo real: o docente visualiza o que o estudante está explorando e pode orientar intervenções pontuais, reforçando a conexão entre teoria e prática. Entre os resultados citados, estão milhares de estudantes beneficiados e centenas de horas de uso complementar, ampliando oportunidades de aprendizagem. Nos próximos passos, a UNESC pretende incorporar novas técnicas e evoluir a ferramenta para cenários mais próximos do ambiente clínico, além de ampliar colaboração entre alunos em uma mesma sessão.
Já a USCS apresentou o Innova USCS, centro de inovação estruturado com apoio de financiamento público, voltado a conectar universidade, empresas, governo e sociedade para impulsionar o desenvolvimento do Grande ABC. O foco está na formação empreendedora e intraempreendedora, incubação de startups e fortalecimento da cultura de inovação dentro e fora da universidade. Um destaque foi o uso de inteligência artificial como acelerador: com capacitação, ética e curadoria, a IA ajuda equipes e startups a avançarem mais rápido na validação de ideias, análise de mercado, desenho de produto e construção de versões iniciais com menor custo. A apresentação reforçou a importância de “fazer boas perguntas” (engenharia de prompts) e, principalmente, de curadoria humana para evitar erros, vieses e uso inadequado de informação.
Em comum, os dois cases mostram uma tendência clara: tecnologias imersivas e IA geram valor quando vêm acompanhadas de método, governança, formação e propósito — seja para qualificar a saúde, seja para aumentar competitividade e inovação regional.


