Por Carlos Faccina

Vim ao Canadá para participar da formatura da minha filha, na York University, aproveitando a ocasião, tive a oportunidade de bater um papo informal com alguns colegas, professores universitários, que se dedicam a questões da gestão.

O assunto do momento é a discussão, em torno do livro The Social Animal, de David Brooks – Randon House Publishing Group (2011), recentemente publicado no Brasil, sob o título, O Animal Social: a história de como o sucesso acontece. Brooks centra o texto no sucesso do homem e que sua existência está focada na mente interior: o REINO INCONSCIENTE (o inconsciente e o subconsciente humano) da emoções, propensões, desejos, predisposiçāo genética, traços de personalidade e normas sociais.

É nesse reino que o caráter se forma e a sagacidade se desenvolve, apesar de sermos produtos da nossa mente consciente (lógica). Porém, é no inconsciente que a maioria das decisões acontecem. Esses processos submersos são a sementeira da realização humana. 

É claro que o consciente é fundamental, não se trata de substituir um pelo outro. Afinal foi a descoberta de que o cérebro é um ecossistema, uma rede associativa complexa, que deu o Nobel a A G.Edelman. Dessa forma, o cérebro está mais para um andarilho diletante e efervescente, do que uma máquina que coloca a lógica acima das emoções, que habitam o inconsciente humano. Por exemplo: já deve ter acontecido com você: fez tudo certo, usou todas as armas da consciência (lógica e razão), todas as alternativas foram profundamente estudadas, você elaborou os planos A, B e por uma questão de segurança, o C. Deu errado, frustração, e principalmente a pergunta que teima em permanecer: fiz tudo certo, e não funcionou, por quê? 

Esse é um exemplo comum do nosso dia a dia e existem outros que você certamente vivenciou. E que se dão no substrato do seu inconsciente, o que enfatiza que nossas decisões ocorrem no mundo abaixo do nível da consciência. 

As partes inconscientes são onde a maioria das decisões e atos do pensamento ocorrem. 
É portanto elucidativo que o gestor – quer no nÍvel pessoal, quer no profissional – saiba que intuição e percepção, que habitam o “O submundo da existência” estão caracterizadas pela ausência da lógica e colaboram na solução da sua equação: “Fiz tudo certo e não funciona, por quê?” 

O fato é que as emoções e não a razão constróem e medem o valor das coisas. Decidir é basicamente optar entre valores a nossa disposição. As emoções estão mais para o nível da intuição que habita o inconsciente do ser humano do que para o da consciência, que exarcebadas podem nos levar a erros, mas é certo que é hoje cientificamente provado que sem elas não existe a possibilidade de ocorrerem decisões sabias.

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