Por Carlos Faccina
Lá na década de 90, com a abertura do mercado brasileiro, entramos na era da Globalização. Internet explode e a tecnologia passa a revolucionar os modelos de gestão, com ciclos cada vez menores de transformações. Ser competitivo, fazer mais com menos, redução de custo, integração em tempo real, reestrutuação, reengenharia, downsizing…
Resultado: passamos de sete níveis gerenciais para três. Em alguns setores, apenas dois. A gerencia média deixou de existir em algumas empresas. Longas carreiras desenvolvidas em uma única empresa viraram histórias de museu.
A carreira ”vertical” perdeu degraus e a escada ficou mais curta.
As empresas iniciaram um processo para descolar benefícios dos cargos. Quem ganhava o título não necessariamente levava junto almejados benefícios que, até então, aquela posição oferecia. Os beneficios passaram a acompanhar mais a meritocracia e os resultados do que as titulações. A guerra por títulos mudou por uma busca pelas funções que representavam oportunidades de ganhos ligados a resultados.
A carreira passou a ter uma perspectiva mais horizontal e nos transmite uma mensagem muito clara: precisamos olhar mais para o lado do que para cima, onde se encontram oportunidades na mesma linha, mas com responsabilidades e desafios diferentes. De recursos humanos para logística, de vendas para o marketing, da produção para atendimento ao cliente, da pesquisa para vendas (leia mais em Procure um emprego onde ele não está).
Esse “andar de lado” amplia a experiência e o retira do mundo dos “especialistas”.
Não se concebe mais para um profissional ambicioso que inicie sua carreira numa área de atuação e venha a se aposentar ou findar sua carreira na mesma função. A dinâmica do mercado que pressiona os presidentes e a alta gerência por melhores resultados faz com que eles contem com pessoas de negócio e não especialistas funcionais.
Só dessa forma o profissional pode hoje aspirar por uma posição de destaque.