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RH é coisa de rico? (Parte 1)

Por Augusto Gaspar

Bastaram as nuvens cinzentas no céu para que todos os investimentos em desenvolvimento de pessoas fossem cortados? As iniciativas e projetos de RH foram postos de lado? 

Foi só a situação apertar para que todas as teorias e estratégias de RH caíssem por terra? Será que o RH só serve para empresas ricas? Será que o RH só gera despesas? Se a sua empresa pensa assim, talvez você esteja no lugar errado.

Não tenho a intenção de sugerir que devamos colocar um par de óculos cor-de-rosa e ignorar a situação complicada (e complexa) que vive o mundo, mas, sim, que devamos ter uma dose de bom senso e muitas informações para calibrar corretamente os cortes de despesas e manter (ou até ampliar) investimentos importantes. Partir do pressuposto de que todas as ações de RH podem ser adiadas ou canceladas sem uma análise mais profunda do seu custo-benefício a médio e longo prazos é, no mínimo, uma atitude irresponsável. Infelizmente nos deparamos com aqueles que ainda acreditam que as únicas alternativas para cortar custos são reduzir investimentos em pessoas e demitir. Dentre as muitas pressões com as quais temos de lidar, esta é mais uma, e o nível de prioridade em relação às outras muda de empresa para empresa e de um momento para outro. 

Por causa de todo esse movimento, líderes empresariais e da área de gestão de pessoas têm presença constante na mídia, falando sobre as suas previsões e sobre as ações que têm tomado. Observei que alguns pontos são comuns na opinião da maioria, entre eles a certeza de que as empresas que realizarem um bom planejamento de talentos terão mais chances de passar pelas atuais turbulências do mercado e estarão mais fortes para crescer assim que os bons ventos voltarem a soprar. O talento da organização é um fator crítico para a sua sobrevivência!

Além disso, esses líderes defendem uma maior participação do RH nas decisões da empresa nos momentos difíceis, para ampliar a comunicação com todos os níveis da organização, construir uma boa imagem tanto entre os colaboradores como no mercado e apoiar na disseminação das estratégias de mudança. Essas atividades incluem ouvir e ajudar os gestores que têm a missão de fazer cada vez mais com cada vez menos recursos, além de levar essa visão das linhas de frente para o planejamento estratégico.

Acredito que estamos diante de uma grande oportunidade para o RH mostrar o seu valor, não deixando que decisões importantes sejam tomadas apenas com base em questões financeiras. Isso já aconteceu no passado e colocou o RH em uma verdadeira crise de identidade. Mas, sejamos honestos: o RH vive em crise há pelo menos 20 anos! Essa outra história eu conto na semana que vem! 

(*) Augusto Gaspar é Diretor da unidade de Professional Services da MicroPower e coordenador da coluna “Desenvolvendo Talentos” desta revista. Comentários e contribuições podem ser enviados para: augusto.gaspar@micropower.com.br.

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