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Para buscar a paz interior, não se renda nunca

Por Carlos Faccina
Durante meus longos anos de vida profissional como diretor de Recursos Humanos, Questões Públicas e Planejamento Estratégico, deparei-me com uma conversa recorrente sobre a busca da paz interior, que alguns colegas chamavam de felicidade.

O primeiro sintoma da paz interior é ausência da sensação de angústia, motivada pelos problemas profissionais ou pessoais. Muitas são as razões dessa angústia. As incertezas da profissão, a luta para ascender na carreira, as pressões por resultados, as responsabilidades financeiras, a vida numa cidade violenta, com trânsito caótico como São Paulo, a necessidade de atualização constante, o medo em perder o seu lugar, a falta sistemática, quase cultural, da orientação dos gestores e a ausência de reconhecimento e de uma palavra amiga do superior hierárquico (premido, ele próprio, pelos mesmos problemas) configuram esse cenário de tensão interior.

Esse ciclo perverso explica a alguns fenômenos:

1. Os livros de autoajuda se tornaram incontestavelmente sucesso de vendas e líderes do mercado editorial. A razão é bem simples: esses livros atendem a uma das mais preciosas demandas do ser humano: prometem solução para problemas, nos envolvem carinhosamente, falam com s nossas emoções, trazem esperança e um pouco de paz interior;

2. Alto consumo de remédios tranquilizantes, líderes entre os mais vendidos. Em muitos casos, são corretamente usados para combater depressão, mas na maioria das vezes estão associados a alguma horas de sono para que, no dia seguinte, a luta possa recomeçar;

3. Como já me referi em e post anterior (No ambulatório, somatização é metade dos casos), os ambulatórios médicos das empresas tornaram-se consultórios de coaching e de orientação psicológica. Metade dos que procuram o serviço tem características de somatização: eles têm sintomas não de origem física, mas devido à instabilidade psicológica.

Poderíamos simplesmente dizer que a vida é assim. Que a combinação de carreira e sucesso cobram seu preço.

Mas, frente a esse conformismo, e sem entrar no campo da autoajuda, penso que lutar interiormente e não se deixar levar por um estado de ânimo negativo é um dever de todos nós.

Considero particularmente importante lutar para não se entregar. Lembro aqui as palavra do maior estadista do século XX, Winston Churchill, que na hora mais difícil para a Inglaterra na Segunda Guerra Mundial pronunciou o mais importante discurso de motivação da história.

“Lutaremos nas praias, lutaremos nos locais de pouso, lutaremos nos campos e nas ruas. Lutaremos nas colinas e jamais nos renderemos.”

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