Por Carlos Faccina
Ao ouvir pela rádio CBN, na semana anterior, que a Petrobrás realizaria um prejuízo de 4 bilhões, não foi nenhuma surpresa, mas fiquei mais que surpreso ao saber que uma das causas foi o plano de demissão voluntária oferecido pela Empresa.
Com prazo de validade mais que vencidos, os planos de demissão voluntária são práticas equivocadas que têm origem na década de 80.
A pioneira na prática dessa tática, na época, foi a IBM, que passava por dificuldades para competir com os seus concorrentes. Confortável na sua posição de líder de informática, a Empresa viu-se em dificuldades para enfrentar suas concorrentes que se dedicavam ao software e micros computadores.
Mas, se era bom para a IBM seria bom para outras empresas, afinal estávamos vendo uma das companhias emblemáticas numa prática, então revolucionaria, na ferida mais dolorida, as demissões.
Porém os resultados, para a IBM e para outras empresas que aderiram ao plano, não foram os esperados.
Sob o ponto de vista de redução de pessoal ok, mas sob o ponto de vista de competência, inúmeros problemas.
De fato, os funcionários capacitados, os melhores, os líderes em suas áreas, os que tinham empregabilidade, foram os primeiros a aceitarem os generosos pacotes de demissão voluntária (que podiam ser de 5 salários, plano médico e uma boa recompensa em dinheiro, isso, entre outros atrativos…). Já aqueles funcionários, que tinham dúvida sobre sua condição no mercado, não aceiram o plano, assim como os medíocres (não vamos esquecer que toda a empresa tem uma boa parcela de funcionários improdutivos). Esses… permaneceram.
O resultado, na prática, foi simples, foram embora os bons e ficaram os medianos, ou pior, os medíocres. Isso, sob o ponto de vista da competência, sem contar que Todo plano de demissão voluntária exige um custo elevado a curtíssimo prazo, visto que não se trata apenas de cumprir com as verbas trabalhistas legais, mas um aporte generoso de dinheiro e benefícios, afinal, a oferta deveria ser lucrativa e tentadora.
Passadas as décadas de 80, 90, com a vinda do século XXI, passada a primeira década e com a chegada dos anos 2013 – 2014… a Petrobrás ressuscita o “SOPÃO, COMO NA ÉPOCA FORAM APELIDADOS OS PLANOS, e anuncia que parte do seu prejuízo se deve a mesmo.
O que é isso? Com todos os enfoques e resultados mais que negativos da dita cuja medida de emergência, mais de trinta anos depois? A isso… eu devo chamar de incompetência? Onde está o RH da “famigerada” empresa? O que fazem esses homens que lideram, administram e a governam?
Pergunto, mais que surpreso: Quem ficou, foram os melhores ou os medianos ou mesmo os medíocres, afinal de contas trabalhar na Petrobras sempre foi o anseio de muita gente qualificada, isso sem falar dos não qualificados… AFF!