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O pior e o melhor estão na rede

Por Carlos Faccina

Como já relatei em outro post, vivemos em sociedade e a empresa é uma célula que reproduz seu ambiente social e contempla todos os comportamentos humanos. Dentro das paredes corporativas, podemos encontrar manifestações de ciúme, inveja, ódio, rancor, maledicência, maldade e cobiça, bem como de amor, altruísmo, companheirismo, solidariedade (leia Ciúme não é sinônimo de inveja).

A natureza humana revela-se em todos os lugares – e se revela também nas rede sociais.

Inegável considerar que a rede aproxima pessoas distantes e reúne amigos que não se falavam havia anos. É um ambiente de alegria e realização, sem dúvida.

Eu vejo as novas tecnologias e os revolucionários modelos de gestão como meios para atingir ou antecipar determinados fins. Aproximar, agilizar, aumentar a eficiência, integrar, dinamizar. Mas ainda existem lá as pessoas com seus medos, seus receios, suas ansiedades a não aceitar o óbvio da modernidade.

Ficamos surpresos com a utilização desmedida das redes, a exposição vulgar, as campanhas difamatórias, as discussões rasteiras, mas não reconhecemos nós mesmos lá em nossa natureza bisbilhoteira. Compreender a condição humana ajuda a entender onde funcionam e não funcionam as coisas.

O que se pode constatar de concreto é que, em termos profissionais, estar na rede aumenta a visibilidade e estabelece relacionamentos que podem ser proveitosos. Os processos de seleção tomam a presença na rede mais como fonte de informação do que pressuposto necessário para ocupar uma determinada posição. Contudo, os canais tradicionais de seleção continuam a ser o meio para concorrer às posições gerenciais. Quanto mais alto o cargo oferecido, mais clássica é a forma de recrutar.

Nesse caso, a superexposição pode ser um remédio contrário.

Estar nas redes sociais é importante, mas julgar que esse é o meio principal ou que pode suportar sua carreira e sua vida pessoal é um grande engano. As acabam até por não ver com “bons olhos” a presença exagerada de seus colaboradores na rede. Para alguns gestores é, inclusive, perda de tempo e de energia produtiva para objetivos por vezes não focados ao interesse da empresa.

Não estar na web pode ser sinal de atraso, mas estar demais é pano de fundo de um ambiente de risco para a vida profissional e pessoal.

As próprias redes sociais são o exemplo da sua própria superação. Quem foi protagonista há dois anos ou mais (veja o caso do orkut, msn, twitter e mesmo o blog, que usamos aqui em nosso contato) está sendo massacrado pelo facebook. Até quando? Quando surgirão novidades que exigirão também nossa presença virtual?

O certo é que nossas humanidades continuarão ali reveladas, seja qual for o meio, para o bem e para o mal.

Importante não perder de vista que existe uma nova geração, que com seus dedos rápidos comunicam-se pelos seus aparelhos como extensões dos olhos, bocas e mentes. Essa simbiose terá um forte impacto no futuro ainda de difícil avaliação.

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