No Congresso Brasil Digital 2025, três apresentações complementares desenharam uma linha clara: a tecnologia está avançando em velocidade crescente e a próxima onda será definida pela combinação entre IA generativa, agentes, visão computacional e computação quântica.
Na fala “O futuro em Ação”, o debate parte de um lembrete histórico: inteligência artificial como campo existe desde meados do século XX, mas a década recente marcou o salto dos grandes modelos de linguagem (arquiteturas baseadas em Transformers) e a popularização da IA generativa. O ponto central é a ideia de agentes: sistemas em que um modelo de linguagem atua como “cérebro”, conectando-se a memória/contexto, dados e ferramentas (calendário, buscador, bases internas, sistemas de cálculo) para executar tarefas e até alterar estados do mundo — do software a sistemas físicos. A visão é pragmática: no curto prazo, agentes devem se “embutir” em plataformas e, progressivamente, em robôs e automações.
Alessandro Faria amplia esse cenário ao enfatizar que a IA já ultrapassa humanos em tarefas específicas de percepção e análise — especialmente em imagens e vídeo. O destaque é que visão computacional, somada a modelos multimodais, permite extrair descrições, padrões e eventos de múltiplos fluxos ao mesmo tempo, abrindo aplicações em segurança, saúde, mobilidade e assistência (por exemplo, detecção de quedas, interpretação de ambientes e apoio a pessoas com deficiência visual). Ele também aponta a tendência de IA se tornar “vestível”, integrada a acessórios e dispositivos do dia a dia, com processamento local e/ou em nuvem.
Fechando o arco, Mauro Andreassa explica por que a computação quântica muda o jogo: certos problemas que seriam impraticáveis em computação clássica tornam-se tratáveis ao explorar superposição, emaranhamento e interferência. Isso traz oportunidades (materiais, fármacos, otimização) e também riscos — especialmente na segurança criptográfica — reforçando a urgência de preparar sistemas para um mundo “pós-quântico”.
Em conjunto, as três falas convergem: o futuro próximo será menos sobre uma tecnologia isolada e mais sobre integração entre modelos, dados, automação e novas capacidades computacionais.


