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Na promoção, não confunda poder com liderança

Por Carlos Faccina
Finalmente chegou a promoção para um cargo de liderança. Você trabalhou duro para isso e agora ocupa uma função com poder de decisão. É responsável por comandar uma equipe. Além da recompensa financeira, o novo status, alguma admiração e uma certa inveja, tente aproveitar o momento. Filósofos, escritores e intelectuais são pródigos ao afirmar que a felicidade é feita de momentos. Se isso é verdade ou não, não importa. Viver o momento é tão importante quanto planejar o futuro. Chegar é uma coisa, se manter é outra.

Uma carreira não é uma linha reta. A cada avanço, reconhecemos um caminho repleto de curvas. Os desvios podem ser armadilhas. Existem atalhos, mas também há retrocesso. O principal a considerar é que não dá para pular etapas e ser bem-sucedido ainda assim.

É a etapa que deve ser superada ao ocupar pela primeira vez um cargo de comando é a capacidade de lidar com o poder. Em nome de seu exercício, reconhecemos o profissional. Ao gerenciá-lo liderando sua equipe, identificamos sua visão do negócio, as habilidades pessoais e a capacidade de comunicação.

Ao sentar-se na nova cadeira, entenda que não está pronto. Tudo será novo e determinante para que permaneça ali. Algumas vezes nos iludimos pela escolha achando que estamos prontos, que a nomeação é um atestando de bom líder. O exercício do poder vazio é efêmero e não vai trazer resultado para você, muito menos para os subordinados e para a empresa.

Não administre “seus pequenos poderes” como se eles fossem o fator decisivo das suas ações. Na minha carreira, já vi gente muito bem capacitado tecnicamente quebrando a cara ao confundir poder com liderança e colaboração com cumprimento de ordens.

Tem muita gente poderosa ao seu lado. São os funcionários que tornam a empresa funcional e são elos fundamentais na cadeia de valor que envolve toda a organização. Sua função é estabelecer objetivos, procurando transformar os membros de sua equipe em colegas do destino. Não é pago para fazer milagres. Compartilhe suas metas, acompanhe e oriente as tarefas de seus subordinados, além de dar retorno contínuo sobre a evolução dos fatos.

Saiba ouvir, mas não fuja das decisões a serem tomadas. Reconheça que o processo não é exclusivamente racional e justo. Existem interesses disfarçados. Seus pares líderes não vão querer ficar expostos à sua forte disposição de mostrar novos resultados. Conciliar pode representar sabedoria, mas hesitação é fatal. Faça o novo mapa do poder, identifique quem o levou ao novo cargo (e seus interesses com a decisão) e perceba o movimento das peças ocultas.

Finalmente, saiba dividir o sucesso e, se for necessário, democratize o fracasso.

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