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Muita informação, pouca comunicação

Por Carlos Faccina

A tecnologia da informação não é capaz de garantir a eficiência da comunicação sem tratar do elo que se sobrepõe a todas as demais questões formais, de processo, tecnologia e gestão: as pessoas.

Para isso, deveria investir na formação de funcionários catalisadores (leia A empresa precisa de funcionário catalisador) capaz de utilizar-se da tecnologia e da informação disponível para criar entendimento, diminuir fatores de resistências, potencializar o melhor da energia corporativa e regulando as reações em favor de uma ação mais efetiva na direção estratégica.

As reclamações mais ouvidas tratam da exigência por resultados, sem a contrapartida em informação de qualidade recebida para chegar lá. Os exilados das reuniões de planejamento se sentem como tiradores de pedido. Não recebem com clareza das chefias as linhas mestras da ação estratégica. Pouco se fala além do básico. A velocidade da informação é um fato, mas a informação estratégica continua, em nome do sigilo, de posse de poucos.

Dois instrumentos fundamentais para esclarecer os papéis, as ações e os resultados, dois sujeitos conhecidos por Follow up e Feedback, parecem fantasmas, dificilmente são encontrados na prática da gestão (leia Estou a procura do Follow up e do Feedback. Conhece?).

Aqueles que têm a tarefa de comunicar, o fazem na superfície. Eles determinam o que você deve saber e quando. Acreditam que poder e respeito são conquistados retendo a informação. Funcionam como inibidores do processo, função inversa ao dos catalisadores. Nenhum sistema resolve isso automaticamente.

O pior está na seguinte contradição: na semana anterior, eles participaram de um curso de liderança patrocinado pela empresa no qual a comunicação foi largamente demandada e debatida.

Os meios de comunicação formais (eletrônicos ou impressos) não suprem essas deficiências. Comunicação é fruto de atitude e confiança e dependem 80% da interação pessoal e 20% dos instrumentos formais e institucionais de comunicação corporativa.

Nesse ambiente de deficiência de comunicação, a famosa rádio peão ou rádio corredor tem sua persistência associada diretamente à falta de informação estratégica disponível. Se esta é uma realidade em sua empresa, inicie um processo pessoal de afirmação dentro das suas responsabilidades para que haja coerência entre o que é cobrado e os meios que dispõe para atingir os resultados determinados.

Nesse momento, muitas das informação que, por qualquer razão, não chegaram a você podem determinar sua carreira, sua remuneração e sua imagem profissional.

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