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Mais vagas do que candidatos qualificados

Por Carlos Faccina
Já escrevi em post anterior que o Brasil continua despreparado para crescer (leia Um país sem planejamento e sem educação). Novos números confirmam que não estamos habilitados a preencher as vagas tão desejadas e proporcionadas pelo crescimento recente. De acordo com pesquisa feita pela Fundação Dom Cabral com 130 companhias, responsáveis por 22% do Produto Interno Bruto (PIB), 92% das empresas estão com dificuldade para contratar profissionais. (Empresas já reduzem exigências na hora de contratar)

Os dados mostram que 54% das companhias reduziram os requisitos na contratação de pessoal para a área técnica e operacional. Nos cargos estratégicos, 28% das empresas também diminuíram as exigências, como pós-graduação, fluência em idiomas e experiência. A solução tem sido contratar o profissional sem experiência, treiná-lo e capacitá-lo com cursos moldados à necessidade da companhia.

Do outro lado, temerosas de ver seus funcionários serem recrutados pela concorrência, outra pesquisa da Fundação Dom Cabral revela que 78% das companhias consultadas criaram políticas de retenção para os níveis operacional e técnico. Na categoria tática e estratégica, o número é ainda maior: 81% das empresas disseram adotar algum tipo de medida para incentivar a manutenção do quadro de funcionário.

Bom para quem procura uma nova oportunidade ou para quem quer ver sua atuação valorizada pela empresa ou pela concorrência. Esta situação também é interessante para os profissionais de países vizinhos com boas qualificações. Ruim para o Brasil e para seu nível de competitividade internacional.

OUTROS NÚMEROS
Gostaria também de destacar mais duas pesquisas divulgadas e registradas em recente edição da revista Época Negócios (n° 49, março 2011 – Hora de fazer arte).

Outra pesquisa da Fundação Cabral que ouviu 52 executivos revela a influência da arte nos negócios. Elas podem ser uma ferramenta importante para romper modelos mentais e instigar novos pontos de vista. Os dados revelam que:

– 50% acreditam que a arte desenvolve visão sistêmica e liderança;
– 58% já participaram de treinamento com conteúdo artístico;
– 77% defendem a arte na educação executiva;
– 96% veem a ligação entre arte, trabalho e gestão.

A consultoria HayGroup divulgou a pesquisa que indicou as melhores empresas para formar líderes. A brasileira Votorantim é a única indicada, nona na América Latina.

Destaco aqui para nossa reflexão algumas características das melhores:

– 90% esperam que funcionários liderem, independentemente se têm uma posição formal de autoridade;
– Todas empresas listadas têm planos específicos para formação de sucessores para as funções críticas;
– 90% das empresas identificam as melhores práticas de desenvolvimento de liderança nas subsidiárias para compartilhar no grupo;
– As empresas apostam na diversidade cultural para responder aos desafios de competir em uma economia global;
– As empresas oferecem aos funcionários a oportunidade de desenvolver e praticar as capacidades necessárias para liderar;
– As empresas não diferenciam os salários de homens e mulheres;
– As empresas envolvem líderes nas decisões tomadas na matriz para compartilhar idéias e melhores práticas.

Qual sua opinião sobre esta situação do mercado brasileiro de empregos e as tendências de gestão em educação corporativa?

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