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Lições de mais de um século

Por Augusto F. Gaspar (*)

Em 1892, Charles Coffin assumiu a presidência da General Eletric, após a fusão de sua própria empresa com a criada por Thomas Edison. Ele foi o primeiro presidente da empresa por 10 anos, quando foi nomeado chairman do board, cargo em que permaneceu outros 10 anos. Basta uma rápida leitura da biografia de Coffin para constatarmos que a escolha de Edison foi acertada: Coffin é citado como um líder exemplar, gentil, que aceitava sugestões de todos e fazia questão de chamar os subordinados de colegas. Além disso, cuidava de grandes clientes pessoalmente e foi peça fundamental para a sobrevivência da empresa durante a depressão de 1893.

Mas o que mais impressiona na história de Coffin é que ele foi responsável pela implantação do processo de avaliação baseado em desempenho na GE. 

Quem nos conta esse caso é a professora Marisa Eboli, da FEA-USP, em seu artigo “O Desafio de envolver os Líderes Empresariais” (Revista T&D – Inteligência Corporativa, n. 150, 2007): “Um caso paradigmático nesse sentido é o da GE, uma empresa de US$ 163 bilhões de faturamento, em 2006, com mais de 300 mil funcionários espalhados por mais de cem países e com tradição fenomenal de CEOs (Charles Coffin, presidente de 1892 a 1922, que sucedeu o fundador Thomas Edison, foi nomeado o CEO “número 1” de todos os tempos pela Fortune). Coffin criou uma meritocracia baseada em avaliação de performance que foi a pedra fundamental de uma cultura que fez da GE uma máquina de fazer talentos, tornando-se referência mundial no desenvolvimento de talentos e formação de líderes. Sua universidade corporativa – Crotonville –, fundada em 1956 pelo então presidente Ralph Cordiner, é a primeira de que se tem registro no mundo, de acordo com Bartlett & McLean, e revelou-se uma importante ferramenta na consolidação dessa cultura, em que é muito forte o compromisso pessoal do líder com os processos e as práticas diárias de gestão de pessoas institucionalizados na empresa”.

Está aí um belo exemplo para quem ainda está pensando se vale a pena iniciar o desenvolvimento de uma cultura de desempenho em sua organização, e também para aqueles que ainda acham que tudo isso é um “modismo passageiro”.

(*) Augusto Gaspar é Diretor da unidade de Professional Services da MicroPower e coordenador da coluna “Desenvolvendo Talentos” desta revista. Comentários e contribuições podem ser enviados para augusto.gaspar@micropower.com.br Twitter: augustofgaspar

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