Por Augusto Gaspar (*)

Um recente estudo realizado por uma consultoria norte-americana apontou que, entre as organizações pesquisadas, mais de 75% estão, de uma forma ou de outra, preocupadas com a integração de seus sistemas de gestão de talentos. “Preocupadas”, em tradução livre, significa que algumas estão seriamente planejando implantar um sistema integrado de Gestão de talentos e outras apenas sabem da necessidade de juntar as coisas, mesmo que seja tentando integrar os sistemas existentes. 

O fato das organizações estarem com esta preocupação nos mostra claramente que a gestão de talentos deixou de ser um processo secundário, e tem seu valor reconhecido, a ponto de justificar investimentos em tecnologias que suportem suas atividades. Mas esses investimentos têm que ser feitos com cuidado, para que se tenha bons resultados a custos razoáveis. Voltando ao estudo que citei, se muitas das empresas percebem a necessidade, mas acreditam que podem solucioná-la com a junção daquilo que já tem em bases e sistemas diferentes, podem entrar em um processo que será um grande sorvedouro de tempo e dinheiro e que trará poucos resultados práticos. 

É preciso que fique claro que um sistema integrado não se faz apenas unindo pedaços de outros sistemas que foram projetados para trabalhar sozinhos. Não basta juntar informações de um lado e de outro para tê-las integradas, é preciso alinhar as informações de modo que elas façam sentido em um contexto de gestão mais amplo. Além disso, um sistema que já nasce integrado tem uma base única de informações, sem duplicações e cópias de um lado para o outro. Na prática, ter uma informação única significa que ao se criar qualquer item no sistema, como uma competência, por exemplo, ela será a mesma apresentada sempre que necessário para todos os usuários do sistema em qualquer processo de gestão, desde o recrutamento até o desligamento, passando pela gestão do aprendizado e da carreira. Assim, ao se decidir por modificar algum destes itens, isso será feito apenas uma única vez, e seus reflexos serão imediatos em todos os processos onde este item é utilizado. A informação única também evita erros e poupa tempo.

Talvez você não perceba a importância deste simples fato agora, mas imagine a situação de uma empresa com milhares de colaboradores executando um processo de avaliação e gerando seus planos de desenvolvimento individuais (PDIs). Se o sistema de suporte a esse processo não for integrado ao de aprendizado, por exemplo, ao se disponibilizar um novo curso que atenda a alguma das competências organizacionais, todos os PDIs teriam que ser revistos. Em um sistema integrado, estas informações estão em base única, e a alteração reflete-se em todos os processos de imediato. 

Talvez você já esteja planejando ter um sistema integrado ou integrar os que já tem para sua Gestão de Talentos. Fica aqui o alerta: Pesquise e procure entender os impactos e os benefícios que terá com estas duas opções, e veja todas as possibilidades antes de decidir. Pode ser que o caminho que à primeira vista pareça ser o mais caro e longo (trocar sistemas isolados por um integrado), seja no seu caso o mais simples e barato. 

(*) Augusto Gaspar é Diretor da unidade de Professional Services da MicroPower e coordenador da coluna “Desenvolvendo Talentos” desta revista. Comentários e contribuições podem ser enviados para augusto.gaspar@micropower.com.br      Twitter: augustofgaspar

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