Os resultados obtidos pelo Brasil nos testes internacionais de educação continuam, aliás, como nos últimos, a ocupar os últimos postos. No PISA (Programme or International Students Assessment – OECD), conceituado sistema que mede a educação em 40 países; e nas consultorias especializadas a exemplo da inglesa Economist Intelligence Unit (EIU), temos o desprazer de ocupar a penúltima posição, incluindo aí os países latino americanos. Essas Organizações atem-se apenas aos alunos de quinze anos e premiam as disciplinas Matemática, Leitura e Ciências.

Ao contrário de produtos de consumo, cujo o prazo de validade marca o final da sua vida útil, a educação não pode ser substituída como um automóvel, cujo dono pode ir ao mecânico e conseguir uma sobrevida.

Na educação, o tempo perdido é irrecuperável para a geração vítima de um sistema que não dá certo. 

O sistema educacional que não dá certo é aquele que não preparar o cidadão para ler e escrever, interpretar de forma correta um texto, ter raciocínio lógico e crítico e, consequentemente, usar convenientemente a matemática.

Nenhum desses itens acima tem sido comprovado pelos nossos participantes nos concursos internacionais. Mais grave é que nossas crianças não sabem escrever uma frase correta, têm dificuldades de interpretar textos e em matemática, com raras exceções – dotados de habilidade natural – não são capazes de fazer cálculos básicos após terminarem o Ensino Fundamental, o mais importante na formação, e que dura nove anos.

Ao contrário de carros e alimentos, para os quais o tempo pode ser recuperado, na educação o tempo passou, a década findou. O nosso investimento em EDUCAÇÃO continua pífio, quer em volume financeiro, quer na preparação e desenvolvimento dos professores. Aliás, a piada mais recente é “seja tudo menos professor”.

O pior é que não é piada, é a realidade. Entre os egressos da Universidade, ser professor é uma das última opções profissionais. Professores mal remunerados, com medo de ir a determinadas escolas para trabalhar, vitimas de violência e do narcotráfico, da falta total de incentivos e principalmente de um conteúdo pedagógico e de técnicas de ensino totalmente defasadas do mundo real.

O prazo de validade – em educação – para as três ultimas gerações, findou. Um restrito número de felizardos escapou dessa “carnificina educacional” e podem enfrentar o mercado de trabalho. Todos pedem mão de obra adequada, no entanto, falta gente especializada, sim. E o que fazem para sanar isso? Entra governo, sai governo, e a nossa situação continua na mesma.

As próprias empresas, antes pródigas na formação, treinamento e desenvolvimento, diminuíram suas verbas destinadas a esses programas nas últimas duas décadas, chegando algumas inclusive a eliminarem o treinamento de suas bases, alocando verba somente para o grupo dito de gerência.

Os comparativos de produtividade demonstram nossa posição, o do IMD, escola Suíça de Management, e de reputação ilibada, também nos colocam entre os últimos no quesito produtividade.

Nada de novo – produtividade e confiança – advêm da educação e se ela, até o momento, está com seu prazo de validade vencido, seria impossível ser competitivo num cenário desse.

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