Por Carlos Faccina

Uma das tônicas do último Conarh foi a observação sistemática de presidentes e gestores em geral das dificuldades de recrutar pessoal qualificado e talentos, tema recorrente tratado neste blog. Entre os culpados pela situação, a universidade teve o maior destaque, seguida pela nossa educação de base.

As empresas destacaram os altos custos que enfrentam para preparar internamente o pessoa que chegou sem os requisitos básicos para desempenho da função, com impacto nos maiores custos de produção.

Procedentes, sem dúvida, as críticas. Mas que tal dar uma olhada no outro lado da moeda.

Creio que se a universidade e a nossa educação de base não estão dando conta do recado, um agente aponta o dedo, mas não coloca a mão na massa. Pergunto: qual é a participação dos empresários na discussão, promoção e apoio do nosso sistema educacional?

São, infelizmente, raros os casos de empresas que se envolvem além dos muros dos seus negócios e participam ativa e sistematicamente no processos de discusão e reestruração da nossa educação visando o sua maior “aderência” ao mundo produtivo.

Se os reclamos do mudo corporativo não são atendidos, é fundamental que as empresas tratem também como cliente os futuros profissionais , contribuindo com ideias, apoio institucional e, se for o caso, com recursos para a melhoria dos nossos modelos educacionais.

Estive nos dois lados e reconheço que ainda falta muito para eliminar o muro e construir um caminho de mão dupla.

Luiz Edmundo Rosa, diretor de Educação da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-Nacional) aponta que uma das saídas para o apagão de talentos é a parceria entre universidades e empresas: “Com essa união, é possível adequar o currículo escolar às necessidades do mercado e colocar os alunos em contato com as tecnologias de ponta que as organizações dispõem em seus setores”. Além de terem seus conhecimentos alinhados ao que as organizações requisitam na hora da contratação, os estudantes terão a vivência real da profissão, antes mesmo de se formarem. “O estágio é parte fundamental da formação do aluno. É ali que ele aprenderá todos os traquejos da área que escolheu atuar”, aponta Rosa.

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