Por Augusto F. Gaspar (*)
Não há dúvida de que a velocidade com que as necessidades de negócio mudam não pode ser acompanhada pelos meios tradicionais de gestão. E, se alguém espera que um dia “as coisas se acalmem” para voltar a planejar e a se organizar como antigamente, está redondamente enganado. A demanda por uma resposta mais rápida e eficaz aumenta a cada dia, independente de a economia mundial apontar para cima ou para baixo.
Vivemos isso nos últimos meses: grande parte do mundo entrou em recessão, mas a velocidade das mudanças não diminuiu. Pelo contrário, aumentou! Aumentou porque soluções criativas foram necessárias para a recuperação e a sobrevivência das empresas, que hoje já crescem a taxas similares às do período que antecedeu a crise. Já aquelas empresas que não conseguiram acelerar talvez não estejam mais por aqui para contar sua história.
O fato é que temos que acelerar a forma como realizamos a nossa gestão de negócios sob pena de não sobrevivermos. Não podemos esquecer que na gestão de negócios está incluída a gestão de nossos processos, de nossa tecnologia e de nossas pessoas.
Olhando a questão de gestão das pessoas nesse contexto, fica evidente que são necessárias ações rápidas para identificar as necessidades de conhecimentos e habilidades impostas pelas mudanças e planejar as ações de desenvolvimento e treinamentos que irão preencher essas lacunas. Os tradicionais métodos de treinamento mistos de presencial e on-line fazem muito pela atualização e pela disseminação de novos conhecimentos dentro da organização, mas eles, por si sós, não garantem o aprendizado, e muito menos a velocidade com que ele irá acontecer.
Os novos modelos de aprendizado nos mostram os caminhos para obter resultados mais rápidos e eficazes, deixando claro que o aprendizado não ocorre somente durante o treinamento formal (seja presencial, on-line ou Blended), mas também durante todo o tempo de trabalho, por exemplo:
O acesso a bases de conhecimento e a especialistas (pessoas da empresa com mais prática e conhecimento no assunto) pode alavancar o aprendizado trazendo experiências práticas de outros, evitando que erros – naturais em um processo de aprendizagem – se repitam. Aprendemos com nossos erros, mas em uma organização os mesmos erros não precisam se repetir.
Sistemas de suporte aos funcionários, chamados EPSS (Employee Performance Support Systems), provêm uma “tutoria eletrônica” extremamente útil para a resolução de problemas e dúvidas pontuais nas atividades de um processo e estão se tornando cada vez mais sofisticados e amigáveis.
A prática de coaching e mentoring pós-treinamento apoia as pessoas na construção das habilidades e dos conhecimentos requeridos para executar as novas atividades, incutindo a motivação para aprender e buscar seu desenvolvimento. O Mentor, com sua orientação técnica e experiência, e o Coach, com seus instrumentos para melhoria de desempenho e descoberta da potencialidade individual, podem fazer muita diferença no aprendizado e na velocidade com que os novos conhecimentos e habilidades são aplicados em toda a sua extensão.
A efetividade desse processo se complementa a partir do momento em que é possível realizar a Gestão Integrada do Aprendizado e do Desempenho com apoio de um sistema apropriado. O chamado Sistema Integrado de Aprendizado e Desempenho traz funcionalidades que vão muito além de manter informações de Treinamento e Avaliações. O sistema apoia a Gestão do Desempenho e a realização de todo o ciclo de Gestão de Talentos, incluindo a Aprendizagem Integral, com suas ferramentas de Gestão do Conhecimento, Suporte ao Desempenho e apoio aos processos de mentoring e coaching. Também provê múltiplas visões de carreira para os colaboradores e para a empresa em processos de sucessão, além de permitir aos gestores que criem e administrem Planos de Desenvolvimento para cada um de seus colaboradores.
Assim, a gestão de pessoas da organização ganha agilidade para enfrentar as mudanças que os seus negócios demandam, identificando e atendendo rapidamente necessidades de capacitação, identificando os colaboradores mais capacitados para assumir novas funções em ampliações ou reestruturações. Além disso, toda a gestão operacional do aprendizado, seja em turmas presenciais ou on-line, passa a ser gerida pelo sistema com suas informações integradas automaticamente na base histórica dos colaboradores, registrando as competências adquiridas automaticamente. Os processos de coaching ganham muito em efetividade se fornecemos ao Coach o mapa de competências requerido e o apresentado pelos colaboradores.
Concluindo, existem meios e ferramentas para acelerarmos o desenvolvimento de talentos de nossa empresa até a velocidade exigida pelos negócios e, com isso, cumprirmos com nota dez o papel estratégico que é esperado da área de gestão de pessoas nas organizações!
(*) Augusto F. Gaspar é Diretor da unidade de Professional Services da MicroPower e coordenador da coluna “Desenvolvendo Talentos” desta revista. Comentários e contribuições podem ser enviados para augusto.gaspar@micropower.com.br Twitter: augustofgaspar