Por Augusto Gaspar
Você tem certeza de que a sua organização possui líderes capacitados para executar as mudanças necessárias para que ela atinja seus objetivos de crescimento? E os profissionais de RH estão capacitados para desenvolver esses líderes? Esta questão é bastante simples: é necessário desenvolver as pessoas que estão encarregadas de desenvolver todas as outras.
A atuação de RH nas organizações avançou muito nas últimas décadas, mas em muitas delas ainda não atingiu o nível de excelência na entrega de serviços exigido pelo atual contexto de negócios, isto é, ter eficiência na entrega de serviços nos níveis operacionais, táticos e estratégicos da organização. Na verdade, grande parte das organizações que dizem ter um RH eficiente está se referindo às tarefas administrativas, poucas são as que têm essa eficiência na camada intermediária e na alta gestão, mesmo porque são raros os membros do “C level” que enxergam os benefícios de um RH atuante no nível estratégico, e por isso usualmente não criam condições para que isto aconteça.
Douglas A. Ready, professor da London Business School, afirmou em recente artigo para a Harvard Business Review, que, para que RH tenha uma atuação eficiente e que promova o alto desempenho em todos os níveis da organização, seus profissionais devem estar capacitados não somente nas atividades transacionais técnico-administrativas e ter o foco nos serviços, mas também devem ter espírito de parceria e experiência transacional para apoiar os negócios centrais e realizar a gestão do pool de talentos. E em um nível mais estratégico, devem ter capacidade para apoiar a reinvenção, o redesenho organizacional e a redefinição constante de seu mapa de valor, por meio da facilitação do trabalho dos demais líderes. Ainda segundo Ready, as contribuições de RH no mais alto nível das organizações fará com que este seja visto como sócio do negócio e membro da liderança empreendedora da empresa.
Não há dúvida que a falta de capacitação apropriada em RH pode tornar-se um grande obstáculo (nem sempre visível de imediato) ao desempenho nas organizações, com efeitos bastante nocivos ao longo do tempo. Mas a pior situação ocorre quando os serviços de RH não são valorizados e não recebem investimentos, criando um vácuo em sua atuação de facilitação e formação, refletindo diretamente na qualidade do desenvolvimento de toda a liderança da organização.
(*) Augusto Gaspar é Diretor de Professional Services da MicroPower e coordenador da coluna “Desenvolvendo Talentos” desta revista. Comentários e contribuições podem ser enviados para augusto.gaspar@micropower.com.br Twitter: augustofgaspar