Na natureza encontramos os mais diversos exemplos de valor à vida, numa dança sem fim de elementos, simples ou complexos, que atendendo a um propósito específico, dedicam o significado de sua existência para o bem-estar do meio ambiente e dos demais seres que nele habitam.

Tudo na natureza tem um propósito e se assim não fosse não haveria vida. A metáfora da lagarta, que após um processo de metamorfose se torna borboleta, exemplifica bem este tema.

É difícil conceber que a fragilidade de uma lagarta e de sua total dependência do meio ambiente, em algum tempo, se transforma em uma borboleta, que além de bela tem o propósito de polinizar as flores e espalhar vida pela natureza. A lagarta não tem dúvida do que ela irá se tornar, simplesmente deixa a sua essência fluir.

Se tudo tem um propósito na natureza, porque a maioria dos seres humanos não consegue realizar o seu?

A pergunta é pertinente e sua resposta exige reflexão. O fato do ser humano ser infinitamente mais complexo que a lagarta invalida qualquer possibilidade de comparação. No entanto, a lagarta continua cumprindo o seu propósito e a maioria dos seres humanos não.

Ao abrir mão de um objetivo o ser humano o faz por medo. Medo de que não dê certo, de falhar, das críticas, de não ser aceito ou querido. E como diz Eckhart Tolle em seu livro O Poder do Silêncio, “todos os medos são medos de perder alguma coisa e, portanto, de se tornar menor, de ser menos”.

Como lidar com o medo, a mais primária das emoções?

Existem muitas respostas, mas as mais importantes são o autoconhecimento e a expansão da consciência.
Conhecer a si mesmo tem sido uma prerrogativa de poucos, porque a grande maioria não percebe que se não fortalecer suas próprias convicções estarão vivendo o sonho dos outros, uma forma de abrir mão da própria vida sem perceber.

Aprender, decidir, fazer e rever é o ritmo do aprendizado. Entender o por que você faz, como você se sente e quem você gostaria de ser já é o ritmo do autoconhecimento. Sua jornada termina somente quando você encontra a sua essência.
Não adianta você saber o seu nome, nacionalidade, cargo ou religião, estas informações só dizem respeito a sua identidade neste momento. Não significa, nem de longe, o propósito de uma vida. É preciso ir mais fundo.

Combater o medo é um começo promissor. Precisamos romper os padrões e crenças que aprendemos em nossa infância através da educação familiar, escolar e religiosa, que ainda forja os valores da sociedade e define os limites do que podemos ser.
Isto significa dizer que só com uma atitude consciente é possível transpor o muro erguido ao nosso redor e olhar com novos olhos para as possibilidades que existem do outro lado. A isto se dá o nome de expandir a consciência.

Coragem, confiança, relacionamento, abertura mental, curiosidade, comunicação, leitura, aceitação, liberdade e permissão são alguns dos ingredientes do autoconhecimento que nos leva, ao longo de nossa existência, a conhecer o nosso propósito e viver a nossa essência.

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