Por Carlos Faccina

Dediquei as quatro últimas semanas, entrevistando gerentes de várias Organizações, e que ocupam posições de média e alta relevância nas suas respectivas empresas. A pergunta, única e direta foi: como se viabilizam, na realidade, no dia a dia, os cinco conceitos consagrados pela literatura gerencial e transmitidos pelos mais diversos meios, aos denominados líderes e a prática real desses preceitos?

Um líder de fato deve: 

1-Ser focado (foco se dá apenas no resultado. Foco, nos meios para alcança-los, é olimpicamente esquecido). 

2-Integrar seus liderados como uma equipe (existe apenas a preocupação centralizada no gerente de vendas, esse acaba sendo o responsável para carregar o piano sozinho). 

3- Educar, orientar e prestigiar a formação (raros chefes são orientadores e educadores. Prevalece, ainda, a cobrança e por vezes a violência desmedida da ‘bronca’ e mesmo da humilhação). 

4- Ser companheiro e apoiar nas horas difíceis (o que ocorre de fato é ‘a vitória é minha e o fracasso é de vocês’). 

5- Planejar e colaborar na execução, pondo a mão na massa (a chefia se limita a planejar, isso quando não considera isso perda de tempo. Poucos são os líderes que colocam a mão na massa, vão afundo nos processos de mercado para entender e o que de fato ocorre). 

O resultado é frustrante, se o mercado vai bem OK, todos vão bem, mas, se existe recessão, como é o nosso caso, a criatividade, outra das competências que deve ser apoiada pelos líderes, passa a ser risco, e invariavelmente é “abatida durante o caminho”. 

Continua a prevalecer, o que ocorre por décadas, as soluções fáceis e que não exigem muito a queima do cérebro, tais como não dar aumento, sequer a inflação para todos os gerentes, independentemente da sua performance, dispensa e cortes de pessoal, cortes nos programas de desenvolvimento e formação.

Enfim, fica outra pergunta no ar: Retrocedemos? os cursos de liderança sobre como ser líder fracassaram?

Como consequência disso, a realidade pode ser um grande auto engano, alguns fingem liderar e outros fingem que são liderados, será que podemos mudar isso?

Creio que sim. Os conceitos estão aí consagrados, muitas vezes bem aplicados. Apenas apresentam um inconveniente “exigem pensar” e essa talvez seja a razão da escolha de caminhos mais fáceis, mas que certamente comprometem as empresas no futuro.

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