Atividades mudam e a força de trabalho também; por isso, invista em formação personalizada
 
Para atender ao novo perfil do consumidor, as empresas perceberam que precisariam inovar em seus serviços e produtos, pois oferecer mais do mesmo a todos não iria funcionar por muito tempo. Assim, elas passaram a investir em customização – palavra de ordem na economia atual, na qual tudo é feito de acordo com o que o cliente precisa e deseja, do café ao carro, da casa ao pacote de viagem.
 
O aprendizado acompanha o mesmo ritmo, muito por conta das novas necessidades da força de trabalho. Aquilo que antes era totalmente aplicável em sala de aula, hoje já não cabe mais nesse espaço por inúmeros motivos, que vão desde fatores comportamentais a impactos gerados pelas evoluções tecnológicas.
 
O tempo gasto em sala, por exemplo, acabou sendo reduzido para acompanhar o dinamismo das rotinas e atividades dos profissionais que precisam deslocar-se mais frequentemente por diversas regiões do mundo. Percebemos também a necessidade de planejamento da instituição para construir novas formas de transmissão de conhecimento e, assim, conseguir atender com excelência seus diferentes colaboradores, afinal, o mercado conta com profissionais veteranos, baby boomers e gerações X e Y, com experiências e níveis de expertise heterogêneos.
 
Diante do contexto apresentado, as tecnologias emergentes de aprendizado e os métodos e técnicas do design instrucional avançam com muita velocidade para suportar com êxito as novas demandas. As empresas exigem uma aprendizagem efetiva para seus colaboradores globais, o que as leva a investir em experiências de formação personalizadas, que realmente agregam valor ao trabalho de seus colaboradores e, consequentemente, ao negócio.
 
Há cinco dimensões de customização e personalização para o aprendizado:
 
1 – Necessidades de aprendizado – As necessidades pessoais de aprendizado são únicas e dependem de um número muito grande de características; entre elas, função, carreira, experiência, aspirações de desenvolvimento, formação educacional e profissional.
 
2 – Preferências de aprendizado – As pessoas aprendem de modo diferente e as preferências de aprendizado são baseadas em fatores como diferenças culturais, de idiomas, de gerações. As novas gerações, por exemplo, estão totalmente ambientadas para aprender a partir de dispositivos móveis, o que pode não ocorrer com profissionais com mais vivência.
 
3 – Localidade – Com as empresas tornando-se cada vez mais globais, a força de trabalho espalhada geograficamente só reafirma a necessidade de que o aprendizado esteja acessível em qualquer lugar e a qualquer momento.
 
4 – Tempo – Acompanhando a questão da acessibilidade, o tempo disponível para os aprendizados formal e informal difere de acordo com a função do colaborador, sua agenda, o tipo de negócio para o qual ele atua, o segmento de sua empresa, entre outras peculiaridades.
 
5 – Ritmo – O ritmo entre a aquisição de conhecimento e o desenvolvimento de novas habilidades difere significativamente de pessoa para pessoa. Por isso, quanto mais a experiência de aprendizado puder ser personalizada para as necessidades do colaborador, mais efetivo será o processo em si.
 
Exemplos de modos como o aprendizado pode ser personalizado:
 
Meu portal de aprendizagem: um portal de aprendizagem individual que inclui seções selecionadas voltadas ao usuário e provê acesso aos recursos de aprendizado.
 
Conteúdo sob encomenda: por meio de feeds RSS e pedidos de participação em redes e comunidades sociais, contatos com especialistas e newsfeeds, os alunos podem obter acesso aos conteúdos mais relevantes e reduzir a sobrecarga de informações (e-mails).
 
Currículos e cursos: currículos e cursos personalizados podem ser gerados completando-se as avaliações de aprendizado online que personalizarão currículos e/ou cursos baseados em necessidades individuais.
 
Seleção de cursos: utilizando a funcionalidade do sistema de gerenciamento de aprendizado, que permite às pessoas classificar, ordenar e recomendar cursos, a empresa possibilita a seus colaboradores oportunidades de encontrar cursos que atenderão às suas necessidades individuais.
 
Dispositivos e acesso: um número crescente de empresas fornece a seus funcionários opções de dispositivos móveis, como smartphones, tablets e laptops, e reembolsa os custos de acesso à internet de banda larga e sem fio a partir de suas casas.
 
Soluções de aprendizagem baseadas em tecnologia: tem emergido uma ampla gama de soluções de aprendizagem baseadas em tecnologia, que permite às pessoas escolherem entre diferentes métodos de apresentação, tais como: podcasts, aprendizado baseado em vídeo, sistemas eletrônicos de suporte ao desempenho, salas de aulas virtuais, comunidades de prática, jogos e simulações.
 
Você pode conferir mais detalhes a respeito do tema “Personalização do Aprendizado” no livro e-Learning no Brasil: retrospectiva, melhores práticas e tendências, no qual destaco também outros temas relacionados aos pontos fundamentais da Cultura de Performance.
 
Francisco Antonio Soeltl é presidente da MicroPower, empresa associada ITESCS e do Instituto Learning & Performance Brasil, membro do Conselho de Deliberativo da Associação Brasileira de Recursos Humanos – Seccional São Paulo e do Conselho de Administração da Associação Brasileira das Empresas de Software, membro honorário da Associação Paulista de Educação e autor do livro e-Learning no Brasil: retrospectiva, melhores práticas e tendências.

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