Por: Sidnei Silvestre

Falamos da aplicação das boas práticas de acessibilidade na maioria das vezes somente para sites e aplicativos, mas em documentos digitais como uma apresentação de slides, uma apostila em PDF,  uma mensagem no corpo do e-mail ou um texto no word, podemos encontrar barreiras significativas que dificultarão em muito, o entendimento de quem precisará ler este conteúdo com um ampliador ou um leitor de telas.

Segundo os critérios e diretrizes de boas práticas propostos pela WCAG, para que um conteúdo seja acessível é preciso que ele atenda aos princípios: perceptível, compreensível, operável e robusto. Para isto, devemos aplicar este conceito também na produção de documentos simples.

Vejamos alguns exemplos de ações, que quando utilizadas, farão com que seu arquivo seja melhor compreendido por um público muito mais extenso e diverso.

  • Colocar descrição nas imagens com conteúdo relevante;
  • Evitar ações e animações acionadas apenas pelo mouse;
  • Valer-se do uso de cores com uma boa relação de contraste tanto para o texto quanto para as imagens;
  • Dar preferência à fontes sem serifa;
  • Aplicar linguagem clara;
  • Utilizar os elementos correspondentes para cada propósito como por exemplo: itens de lista para “listas”, estilos de título para “títulos”, tabelas para “dados tabulares”;
  • Oferecer alternativas para áudio e vídeo (legenda, transcrição textual, Libras, etc.).

Contrastes

Textos devem ter uma relação de contraste entre primeiro e segundo plano de, ao menos 4.5 por 1, caso o tamanho das fontes de textos sejam no mínimo, “18pt” ou “14pt” a relação de contraste pode ser de 3 por 1.

Serifa

As fontes serifadas podem dificultar a leitura para alguns usuários, já que dão a impressão de estarem unidas devido aos prolongamentos nas hastes das letras. Da mesma forma, é recomendável evitar o uso de fontes muito elaboradas, decoradas e cursivas, que podem confundir usuários com baixa visão ou  pessoas com dificuldades de aprendizagem.

Fontes sem serifa: Arial, Calibri, Tahoma e Verdana;

Fontes com serifa: Book Antiqua, Cambria, Courier New, Georgia e Times New Roman.

Descrição das imagens

As imagens inseridas no documento para contextualizar o que está sendo apresentado devem receber o texto alternativo como forma de complemento, pois para quem está lendo o conteúdo com leitor de telas, o que ele vai receber é apenas a verbalização que ali existe um elemento gráfico com descrição automática, caso esta informação não tenha sido inserida.

Para fazer isto, selecione a imagem no documento, clique com o botão direito do mouse e desça até “Editar texto ALT”. Se você estiver usando versões mais recentes do office, provavelmente já terá uma descrição gerada automaticamente pelas ferramentas de acessibilidade do programa. No entanto, perceba que, por mais que a inteligência artificial tenha se esforçado, será possível colocar uma descrição humanizada, coerente  e mais agradável aos ouvidos.

A diferença entre inserir esta descrição na legenda e no texto alt é que, quando preenchemos as informações no campo “legenda”, este texto ficará visível também no documento, o que não ocorre quando colocamos no “texto alt”. Portanto, avalie a necessidade e decida qual será a melhor alternativa para o seu documento, por exemplo em uma peça publicitária enviada por e-mail, não fica agradável aparecer o conteúdo também em texto para todos. Como diria o velho ditado, “Bom senso e canja de galinha não faz mal pra ninguém!”

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