Por Carlos Faccina
Os nomes não são verdadeiros, mas as histórias, sim. As Marias poderiam ser Márcias, Martas ou Marcelas. Elas não gostam que a gente conte suas idades, mas suas iniciativas mostram que as carreiras começam agora, a qualquer momento, quando a gente quiser. Ou recomeçam:
Maria, a engenheira
Próxima dos 50 anos, três filhos criados e formados. A filha, hoje uma moça, acaba de conseguir as credenciais da OAB. Maria decidiu então fazer faculdade, Engenharia, para surpresa da família. Queria desenhar, talvez arquitetura ou design teriam sido escolhas melhores. Mas Maria voltou aos bancos escolares, em Engenharia. Parece que está mais jovem, a disposição é outra.
Maria, a pedagoga
Maria, 44 anos, tem dois filhos às vésperas de entrar em universidades. Ela já está completando o segundo ano de pedagogia, faz estágio em escola pública e recebe a riqueza de aprender com crianças carentes de educação e de tudo. Ela coloca à disposição de seus alunos o que aprendeu no papel de mãe. E serve de exemplo aos próprios filhos. Maria está recomeçando a carreira com a vitalidade de quem está descobrindo o mundo.
Maria, a administradora
Os 40 anos acabam de ser completados e o diploma universitário ficou como um sonho não realizado duas décadas antes. As dificuldades financeiras exigiam que ela fosse para o mercado de trabalho, ajudar a família. Maria foi bem-sucedida em quase 10 anos de multinacional. Casou, teve três filhos e experiências empreendedoras bem-vividas. Agora é hora de voltar ao sonho perdido: completa um ano da faculdade de Administração de Empresas e é premiada com um novo emprego. Começa amanhã.
Maria, a aposentada
Foi uma vida toda dedicada ao Magistério. Tanto foi, que ela vai se aposentar aos 43 anos. Vai ficar parada? Como vai se acostumar fora de uma sala de aula? “Eu, parada? Você está louco? É impossível?”. Maria ficou cansada da burocracia da escola, mas não do prazer de dar aulas para crianças. Mas chegou sua hora. Quer fazer agora o que gosta, trabalhar com decoração ou em um museu, com artes. E também com crianças, por que não?
Maria, você pode tudo. Minha especial homenagem às Marias, que formam famílias e renovam carreiras com a mesma disposição de sempre. Parabéns.