Por Carlos Faccina
Quantas vezes você achou que tomou a decisão certa, mas sem ter uma base racional para saber se de fato estava certo? “Entender como somos previsivelmente irracionais é o ponto de partida para melhorar nossas decisões e mudar nossas vidas para melhor”, nos ensina o economista e psicólogo americano Dan Ariely.
Tenho usado há mais de um ano o seu livro nas minhas palestras para demonstrar a inexistência da lógica nas decisões, o que é chamado por ele de irracionalidade previsível. Dan Ariely é autor do livro “Previsivelmente Irracional – Como as situações do dia-a-dia influenciam as nossas decisões” (Editora Campus).
Por meio de uma série de estudos, Dan Ariely demonstra que a nossa capacidade de raciocínio tem defeitos provocados por forças invisíveis – emoções, relatividade, expectativas, apego, normas sociais – que nos induzem a fazer escolhas ‘Previsivelmente Irracionais’.
Existem ali muitos ensinamentos que nos ajudam a refletir sobre a escolha de nossa carreira e sobre as escolhas que fazemos no exercício dela. A reflexão está colocada no contexto da Economia Comportamental, uma ciência nova. Ao invés de usar modelos matemáticos para entender os fenômenos econômicos e prever os acontecimentos nessa disciplina, baseia-se na psicologia para analisar a tomada de decisões econômicas.
O autor relata os estudos que fez para demonstrar temas tais como: tudo é relativo, mesmo quando não deveria ser (comparamos nossas decisões com alternativas disponíveis, mesmo que não sejam alternativas comparáveis); a influência da excitação (somos propensos a tomar decisões erradas, e contrárias às nossas crenças expressas, quando dominados por emoção intensa); adiamento e autocontrole (as emoções, mais uma vez, também estão na raiz da procrastinação); porque as opções nos desviam do objetivo (temos impulso irracional de manter opções em aberto); porque a mente obtém o que espera (o conhecimento prévio modifica nossas atividades neurais e nossas percepções); por que somos desonestos (só nos preocupamos com honestidade quando queremos ser honestos).
Já pensou em como escolheu a sua carreira?
Com racionalmente ou com a irracionalidade previsível?
Em que lugar ficou a emoção na sua escolha?