Por Carlos Faccina
Encontrar um profissional qualificado para preencher uma vaga que surge dentro da empresa é uma responsabilidade muito grande. Já postei aqui algumas matérias sobre o tema. Nestes dias, uma informação concreta chegou às minhas mãos sobre processos reais de seleção e seus números.
Nessa empresa, o processo começa olhando para dentro, quando se avalia os perfis de colaboradores que podem concorrer. Caso não haja solução interna, a empresa recorre à seleção externa, que começa com a triagem de currículos.
Entre documentos recebidos diretamente e aqueles identificados junto a empresas especializadas, Considerando oportunidades de diferentes níveis, em média são identificados pela equipe de RH cerca de 250 currículos para cada vaga.
O número varia de acordo com a qualificação esperada, mas a partir de uma análise detalhada desses documentos, a equipe de RH seleciona cerca de 50 currículos para fazer o contato e realiza entrevista com aproximadamente 20 pessoas diretamente.
Só então o gestor é envolvido. Ele acaba conversando com apenas 3% das pessoas que, de alguma forma, participaram do processo. Um longo caminho de recrutamento que pode durar vários dias – até meses.
O fato é que podemos considerar alguns números que dão a ideia da concorrência que envolve um processo de seleção:
1. Podemos admitir que para encontrar 250 currículos genéricos, uma empresa parte de uma base (seja interna ou externa, oferecida por uma consultoria) de uns 5.000 currículos, no mínimo, com perfil alinhado com a vaga, mas com características de qualificação muito abrangentes e díspares. Para cada currículo pré-selecionado, 19 pessoas já ficaram pelo caminho vítimas de uma rápida passada de olhos do selecionador, muitas delas com um bom histórico profissional;
2. Ao analisar em mais detalhes os documentos pré-selecionados, a equipe de recrutamento descarta mais 200 currículos. Idade, áreas de atuação, experiência (similaridade da experiência com o perfil da vaga), fluência em línguas, formação… são vários os critérios que deixam de lado muitos candidatos;
3. O próximo desafio é passar pela entrevista com os recrutadores. Mais da metade não resiste e apenas 20 têm esse privilégio. Representam 8% dos currículos pré-selecionados;
4. Agora é a hora: falar com o “dono” da vaga. Considere que o gestor vai falar com 7 a 10 pessoas, o que é uma visão otimista para quem não tem tempo nem para conversar com a equipe.
Então é escolhido um candidato para a vaga disponível. Tombaram, na estrada, 4.999 profissionais que almejavam aquela oportunidade. Alguns com mais, outros com menos passos dados.
Algumas razões dessas quedas avaliaremos nos posts seguintes.