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Lincoln: o ser humano e o ser histórico

Por Carlos Faccina
Do muito que já se falou sobre a inspiração que o filme Lincoln, de Steven Spielberg, proporciona aos nossos executivos ao retratar a vida do 16° presidente americano no cinema (leia o excelente artigo As 13 lições de liderança do filme Lincoln) , permito-me aqui compartilhar mais alguns comentários.

Do filme emerge um Lincoln icônico, personagem de cartola, de corte de barba indefectível – o ser histórico que reconhecemos e que ousou liderar o processo de transformação daquela nação.

Mas convive o Lincoln humano, um dos mais poderosos homens daquele tempo e incapaz de fazer com que seu filho lhe obedeça e evite o risco (e o medo) de perder mais um filho.

O Lincoln é o rosto da moeda e da estátua, que aparece na condução política que aprovou, na Câmara dos Deputados, da 13ª Emenda da Constituição, que põe fim à escravidão. Mas também é revelado o Lincoln dos acordos, das chantagens e da troca de votos por cargos no governo, caminhando pela madrugada nos corredores frios de uma Casa Branca sem energia elétrica.

O filme nos revela também os “Lincolns” em torno de Lincoln. Pessoas que, nos bastidores da história, são tão relevantes quanto o presidente para conquistar os votos necessários e cumprir um dos principais atos de nossa civilização.

O mundo está repleto de experiências documentadas, que foram vividas por tantas pessoas de carne e osso (leia Biografia é melhor do que livro de autoajuda). Assista a este filme como forma de buscar a inspiração em sentimentos e emoções reais. Revelam-se novidades e brechas de luz que iluminam nossa alma em busca de inspiração.

O poder da palavra

Cabe ainda um reforço importante: a palavra é a mais poderosa ferramenta de que o homem pode dispor. Dois estadistas as manejaram de forma distinta: Winston Churchill, primeiro-ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial, para construir um ideal de resistência do povo inglês, e o chanceler e depois ditador Adolf Hitler, para levar a Alemanha ao desespero e á destruição. Em Lincoln, o poder da palavra reaparece em toda a sua força.

Em Obama: a vitória do discurso, destaco que, em períodos de crise, a empresa pode convocar um líder carismático com essa capacidade de envolver as pessoas com as palavras certas, aplicadas na hora adequada e de forma correta. A pessoa capaz de dizer aquilo que queremos muito ouvir.

De qualquer forma, não esqueçamos a importância da construção do discurso como estratégia de combinar razão e emoção em torno da busca dos resultados esperados. Transformar anseios em atitudes, este sim é o principal legado que pertence ao presidente Abraham Lincoln.

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