Por Carlos Faccina
Nos programas de entrevistas com pessoas de destaque, em vários campos do conhecimento, nas respostas de jogadores de futebol, dos dirigentes de empresas e das pessoas do cotidiano, ouço algo que sempre fere os meus ouvidos: NÓS AQUI TRABALHAMOS ou, ainda: PRORIZAMOS A RAZÃO . A emoção é invariavelmente tratada como algo supérfluo ou pior, algo maléfico para as decisões, e pior ainda… para a vida.
Apesar da ciência comportamental já ter definido que o primeiro sinal cognitivo, (aquele que nos faz pensar e agir), é sempre emocional e seguido, aí sim, pela razão, a emoção continua sendo tratada como o demônio que nos persegue e que com o qual temos a sina de conviver.
Às famosas frases: Não seja emocional, seja racional. Penso, logo existo, Damásio (neurocientista consagrado) contrapõe: na verdade existe uma tremenda confusão entre emoção e desequilíbrio emocional, esse último, se pudermos, deve ser evitado.
As emoções construíram o homem desde sua aparição no nosso planeta. E os seus sentimentos mais íntimos como o medo (o mais primitivo sinal emocional) levaram-nos a uma reação racional, viver em coletividade e fabricar armas para sua sobrevivência, diante de uma natureza dura e perversa a que era submetido nosso ancestral.
Para exemplificar o papel fundamental das emoções, fico com um bom exemplo corporativo. Todas as empresas desejam, pregam e gastam fortunas para que seus funcionários se envolvam com a missão estabelecida e com os projetos da corporação.
Como alguém pode se envolver sem ter emoção pelo que faz ou vai fazer?
A razão não é substituída pela emoção, mas depende dela para funcionar, pensemos nisso quando alguma pessoa nos chamar de EMOCIONAL. Sou, mas quem não é – obrigado, Chico Anísio!
Emoção não tem prazo de validade e a racionalidade também não, são irmãs siamesas, não se separam jamais.