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A estrutura de valores concorrentes – uma abordagem inteligente


As empresas que apresentam maior sucesso nas conquistas de seus objetivos são aquelas que conseguem ser, simultaneamente, rápidas, criativas, focadas e com grande senso de oportunidade para gerar crescimento com rentabilidade.

Empresas como as acima descritas são raras, porém o que elas têm em comum é o fato de saber combinar diferentes estilos de gestão, com grande desenvoltura, o que lhes confere as características mencionadas.

A história da administração mostra que os estilos mais conhecidos de gerência foram ganhando contornos próprios à medida que a sociedade era influenciada por movimentos de mudanças, que causavam em si, grandes impactos advindos da tecnologia, do acesso às informações, do conhecimento, da abertura de mercados, do novo comportamento do consumidor, entre outros.

Quanto mais avançamos neste mundo globalizado, mais percebemos a convergência de temas abrangentes que ganham, cada vez mais, contornos de complexidade e incerteza.

Esta realidade mutante exige o desenvolvimento de soluções que apoiem os gestores atuais e futuros a aumentarem sua capacidade de agir de forma rápida, confiante, imaginativa e ética ao se defrontarem com os paradoxos que são onipresentes nas organizações em todo o mundo.

Uma visão interessante, que ajuda a endereçar respostas a essas questões, é o conceito de “Valores Concorrentes de Gestão”, adaptado para este artigo do livro “Competências Gerenciais”, 5ª edição e que tem Robert E. Quinn como um dos seus principais autores.

O fundamento que sustenta esse conceito é o de que os principais sistemas de gestão utilizados no passado e que tiveram objetivos específicos de atuação são, a partir desta nova visão, organizados de forma a permitir sua atuação conjunta, através de certas combinações de estilos que podem sustentar diferentes estratégias para distintas demandas de mercado. É uma abordagem “e/e” que substitui a antiga “ou/ou”.

Pensando desta forma, e considerando os desafios que a complexidade do mundo nos traz a todo o momento, é fundamental que os executivos, de uma maneira geral, aprendam a lidar com diversos estilos de gestão e que os combinem para atender determinados desafios que exigem soluções pouco ortodoxas.

É fundamental, nos tempos atuais, ter domínio dos vários modelos organizacionais para utilizá-los de forma assertiva, no momento oportuno, com pessoas tecnicamente desenvolvidas e psicologicamente resolvidas.

Dominar cada modelo de gestão e combiná-los, de forma que possibilitem inúmeras alternativas, não é uma tarefa simples para um profissional, que dirá então para uma organização.

Estar preparado para esta abordagem exigirá um conhecimento profundo das capacidades e potencialidades organizacionais e de cada executivo envolvido na gestão do negócio. Exigirá, também, o desenvolvimento de competências gerenciais, cujo foco garanta o domínio inteligente dos meios fins associados a cada modelo de gestão e de sua utilização para melhor avaliar os valores concorrentes e atender às demandas da organização.

Através de nossa experiência, criamos uma identidade tão forte com os nossos próprios estilos que temos dificuldade em considerar e até mesmo valorizar modelos diferentes. No entanto, muitas vezes as dificuldades que se apresentam no nosso dia a dia nos faz repensar e buscar novas alternativas.

Como diz Peter Senge, quando pudermos ver e avaliar mais alternativas, nosso grau de escolha e nossa efetividade potencial poderão ser aumentados.

No atual momento em que nos encontramos, não é possível querer obter resultados diferentes operando com o mesmo modelo mental e o mesmo estilo de gestão e de liderança. O mundo pede que olhemos com atenção para a formação da realidade e encontremos nela as novas possibilidades.

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