No Congresso Brasil Digital 2025, as prefeituras de Barueri e São José dos Campos mostraram como a transformação digital no setor público ganha tração quando combina infraestrutura, dados e capacitação — com o cidadão no centro.
Em Barueri, a Secretaria de Inovação e Tecnologia apresentou o programa “Cidade Inteligente e Sustentável”, que reúne mais de 200 iniciativas alinhadas aos ODS. Um dos pilares é um cadastro municipal do cidadão (um grande banco de dados) usado para orientar decisões com mais precisão — por exemplo, identificar bairros com maior concentração de idosos ou pessoas com deficiência para planejar serviços. A cidade também investe em aplicativos para relacionamento com a população e serviços de saúde (como acesso a informações e agendamentos). Para sustentar essa digitalização, foram citadas conectividade (rede municipal de fibra e pontos de Wi-Fi) e um projeto de internet social criado no período da pandemia, levando conexão para dentro da casa de famílias atendidas. No pacote de “cidade inteligente”, apareceram ainda monitoramento urbano com câmeras integradas, ações de mobilidade (como semáforos inteligentes) e digitalização de processos administrativos (“sem papel”), com ganhos ambientais. A prefeitura destacou também um espaço de experimentação, o Inovação Barueri, com iniciativas de capacitação (EAD e ambientes imersivos) e parcerias com empresas para aproximar formação e empregabilidade.
Em São José dos Campos, o recorte foi a educação. O programa Educação 5.0, inspirado na ideia de “sociedade 5.0”, busca recuperar e acelerar a aprendizagem pós-pandemia usando tecnologia sem perder o foco em competências socioemocionais. A rede municipal estruturou ambientes colaborativos, laboratórios maker, robótica e programação, além de conectividade e dispositivos. Plataformas educacionais com recursos de adaptação ao desempenho e indicadores (como fluência leitora) ajudam professores a planejar intervenções. Para dar visibilidade e padronizar a implantação, foi criado o “Selo Escola 5.0” para unidades que passam por melhorias e consolidam as práticas do programa.
Em comum, os dois casos reforçam: transformação digital pública funciona quando é prática, mensurável e sustentada por pessoas preparadas para operar e evoluir as soluções.


