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Tema: A revolução tecnológica e suas repercussões no Brasil e no Mundo
Francisco Antonio Soeltl – Presidente Executivo do Instituto Brasil Digital, Chairman do Conselho da MicroPower e Conselheira da ABES – Associação Brasileira das Empesas de Software
Comemoração dos 25 anos do Instituto Brasil Digital e 10 anos do movimento Brasil Digital para Todos
1 – Qual a realidade do Brasil em termos tecnológicos?
Os estudos realizados pela ABES e IDC nestes últimos 20 anos revela um Brasil resiliente e inovador, capaz de se adaptar e crescer mesmo em meio a adversidade.
O mercado brasileiro de TI, software e serviços, está posicionado entre os 10 principais mercados globais, e um dos principais mercados na América Latina,
desempenhando um papel primordial na economia global de tecnologia com perspectivas promissoras para os próximos anos.
2 – Qual foi o papel da pandemia nesse processo?
A pandemia alavancou a utilização das tecnologias digitais em praticamente todas as atividades econômicas, dentre elas podemos citar:
- Varejo Digital / E-commerce,
- Educação (EdTechs e ensino remoto),
- Saúde (HealthTech e Telemedicina),
- Serviços Financeiros (Fintechs),
- Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC),
- Entretenimento Digital e
- Logística e Entregas
Tenho a convicção de que a utilização das tecnologias digitais exerceu o papel da vacina para a Economia.
3 – Imagino que, se formos fazer uma comparação com Estados Unidos e Japão, nosso país ainda tem um setor de tecnologia pequeno.
A Economia Digital representa aproximadamente 10% do PIB nos Estados unidos, 8% no Japão, e 6% no Brasil, portanto temos uma excelente oportunidade para crescimento.
Segundo dados do Fórum Econômico Mundial e de outras fontes a Economia Digital já representa 25% do PIB mundial que é torno de US$ 105 trilhões e representará 30% do PIB Global em 2030.
Neste contexto, nas pesquisas da McKinsey e BCG a Economia Digital representará 35% do PIB nos Estados Unidos, influenciado pela IA generativa, fintechs, e-commerce e serviços digitais
No Japão representará 25% do PIB, influenciado pela robótica, digitalização industrial e envelhecimento populacional impulsionando automação
Já no Brasil pode representar 20% do PIB, 4 pontos percentuais abaixo da média mundial, e 5 pontos acima da média na América Latina, influenciado pelos investimentos em infraestrutura digital, qualificação da força de trabalho e políticas públicas.
4 – O que o sr. considera obstáculo/desafio quando se fala em avanço tecnológico aqui no nosso país?
O Brasil enfrenta vários desafios estruturais e estratégicos, entre eles podemos citar:
- Baixa Qualificação da Mão de Obra,
- Infraestrutura Digital,
- Carga Tributária Complexa e Elevada,
- Desigualdade Digital, como parte da Desigualdade social
- Baixa Cultura de Inovação nas Empresas
- Falta de Estratégia Nacional Unificada
5 – Falando um pouco sobre a entidade que o Sr. Representa, como é que a Brasil Digital para Todos tem atuado para garantir nossa posição em termos digitais?
O Instituto Brasil Digital é uma associação sem fins econômicos, que sucedeu ao Instituto MicroPower de Transformação Digital em 2023, promove há 25 anos a Jornada da Inovação e Transformação Digital no País, por meio do compartilhamento das melhores práticas na utilização das tecnologias digitais na Educação e Capacitação Profissional, reconhecendo as experiências exitosas no Prêmio Brasil Digital Ozires Silva, que em 03 de novembro próximo realizará sua 21a. edição anual.
E tem como Propósito consolidar os fundamentos para que o Brasil seja Protagonista Global em Inovação e Transformação Digital, alinhado ao ESG.
Para atender aos desafios mencionados anteriormente, a partir de 2015, o Instituto MicroPower, juntamente com outras 12 Organizações, dentre elas: IBM, Microsoft, Amazon, Oracle, …, contribuiu para consolidar a primeira versão da E-Digital – Estratégia Brasileira para a Transformação Digital, publicada pelo decreto 9.319 em 18/03/2018.
Para garantir a operacionalização da E-Digital, com suas 92 Ações Estratégicas, a partir de sua publicação em 2018, iniciou-se o Brasil Digital para Todos, movimento de interesse nacional, suprapartidário, e pro bono, quem tem as Pessoas ao Centro, e tem como objetivos:
- Atender a demanda de mais de 800 mil novas ocupações,
- Promover a melhoria dos serviços digitais aos cidadãos,
- Reduzir o custo do estado, e
- Promover a Economia Digital, que pode adicionar meio trilhão de reais ao PIB Brasileiro até 2030.
Entre seus entregáveis podemos citar:
- LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados,
- Arquitetura do Ecossistema Brasil Digital em ação com o lema: Comunicar e Colaborar para Realizar, com 5 Pilares: Pessoas, Sociedade, Negócios Digitais, Governos Digitais e Economia Digital, alinhados ao ESG,
- 66 Experiências de Organizações das 4 hélices da Inovação e Transformação Digital, que promovem a aproximação da Academias com as Empresas, o apoio dos Governos com políticas públicas que promovem a Economia Digital, para atender as demandas crescentes da Sociedade, e
- A Academia Brasil Digital, um ambiente de aprendizado e desempenho, no modelo 70 (Ambiente informal do trabalho), 20 (Grupos informais de colaboração) e 10 (cursos instrucionais), que consolida os 23 (vinte e três) fundamentos distribuídos nos 5 (cinco)pilares do Ecossistema Brasil Digital em Ação, promovendo a capacitação e empoderamento de mais de 200 (duzentas) Pessoas em posições de liderança.