"Rapid
Leaning: o contexto se torna mais importante que o próprio
conteúdo", diz Elliott Masie
Elliott
Masie, CEO do Masie Center e fundador do e-Learning
Consortium, fez uma palestra para os participantes
do Prêmio e-Learning Brasil, em um evento
realizado pela MicroPower, dia 09/12/2004,
no Hotel Sofitel em São Paulo.
No início da palestra, cada participante
fez uma breve apresentação contando
um pouco da implantação do e-Learning
em suas empresas.
Elliott Masie iniciou a palestra explicando
as transformações do termo “e-Learning.
O “e”, um dos principais termos que
expressam a nova economia digital, está perdendo
a sua importância. Termos como e-commerce,
e-mail, e-business, e-learning, entre outros,
representavam no passado uma nova modalidade
de relacionamento entre pessoas e empresas através
dos meios eletrônicos. “Na percepção
atual, todos nós já incorporamos
esses mecanismos eletrônicos de modo que
o ‘e’ não é mais nenhuma
novidade. Assim, e-Learning pode ser tratado
simplesmente como Learning”, afirmou Masie.
Um dos pontos destacados por Masie, foi a crescente
utilização da modalidade blended
nas atividades de capacitação das
pessoas, reforçando o conceito de que
aprendemos através de inúmeras
modalidades, sendo muitas delas imperceptíveis
como modalidades de treinamento tradicionais. “As
pessoas aprendem de várias formas e através
de diversos meios. O e-Learning é mais
um dos canais de aprendizado disponíveis.
Um exemplo de tecnologia que utilizamos atualmente
para adquirir conhecimento e informação é o
celular”, explicou.
Nesse novo cenário, tanto a tecnologia
quanto à metodologia são importantes
para o processo de aprendizado na modalidade
blended. Além disso, questões de
medição do uso da tecnologia e
metodologia devem ser revistas, pois o aprendizado
não é uma medida quantitativa. “As
pessoas não sabem mais ou menos pela quantidade
de atividades de treinamento ou pela quantidade
de horas que são investidas, mas sim,
pela qualidade da retenção do aprendizado”,
avaliou Masie. Para isso, será necessário
que as ferramentas de gestão de treinamento
(LMS) aperfeiçoem os critérios
de medição com o objetivo de minimizar
o efeito quantitativo.
Um problema apontado por Masie foi a longa duração
dos cursos de e-Learning. Segundo Masie, os cursos
atuais são muito longos e muitos alunos
não finalizam todo o ciclo de treinamento
proposto nesses cursos. “Eles (os cursos)
devem ser mais curtos, com duração
aproximada de 10 a 15 minutos. É mais
apropriado desenvolver vários cursos pequenos
ao invés de um único curso longo”,
aconselha.
O palestrante enfatizou que a Internet é um
dos canais mais intensos para aprender no mundo
atual. Nele, as pessoas encontram o que estão
precisando aprender a qualquer momento. É um
banco de aprendizado sob demanda. O Google é um
exemplo, por se uma das ferramentas mais utilizadas
para pesquisas. “Você pode fazer
leituras, assistir vídeos, ouvir depoimentos
e reportagens, realizar simulações
e jogos entre outras”, exemplificou Masie.
O uso do e-mail tende a diminuir com a expansão
do uso das ferramentas de mensagens Instant Messenger. “A
tendência é que as pessoas utilizem
mais o MSN do que o próprio e-mail”,
revelou Masie.
Outra tendência abordada por Masie é a
gestão de documentos, um novo componente
ainda paralelo ao mundo do e-Learning que irá se
fundir nos próximos anos. “Através
da integração de documentos eletrônicos
aos conteúdos de treinamento as pessoas
irão ter uma maior abrangência de
informações sobre o tema a ser
aprendido, enriquecendo o aprendizado”.
Atualmente, a maioria das atividades de desenho
instrucional é mais lenta do que as mudanças
nos negócios das empresas. Isso quer dizer,
que as necessidades e mudanças nos negócios
por muitas vezes acontecem mais rápido
do que a própria construção
do conteúdo, comprometendo a eficiência
do treinamento. Essa agilidade nas mudanças
dos negócios exige que o processo de construção
de conteúdos seja mais ágil, mais
eficiente, atendendo as necessidades no momento
oportuno para gerar resultados mais precisos,
o chamado Rapid Learning. “Um conteúdo
simples pode ser extremamente poderoso” diz
Masie. Segundo ele, o contexto passa a ser a
chave do sucesso, sendo mais importante que o
próprio conteúdo. “As pessoas
retêm a história, o contexto dos
treinamentos que realizam. A aparência
e a navegação, que hoje são
consideradas importantes para o desenvolvimento
dos conteúdos, passam a ser componentes
secundários nesse conceito”.
Masie destacou que a utilização
de jogos, simulações e animações
têm demonstrado uma grande eficiência
no nível de retenção de
aprendizado. Além disso, esses componentes
dão maior interatividade às atividades
de treinamento.
Elliott Masie concluiu a apresentação
comentando sobre a importância das 10 lições
aprendidas registradas nas principais empresas
que participaram do Prêmio e-Learning Brasil
2004.
1) Alinhamento com a estratégia
2) Avaliação de resultados
3) Foco na pedagogia, não na tecnologia
4) Importância da metodologia e da gestão da mudança
5) Apoio ao projeto e ao aluno
6) Continuidade e Expansão
7) Envolvimento, patrocínio e valorização
8) Garantia da infra-estrutura
9) Integração e estratégia
10) Gestão e planejamento
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